A muitos anos atrás, passei por um processo grande de adultério com meu esposo, era uma cristã convertida ele não, vivia para o jogo, bebida, cigarro e mulheres. Eu bem jovem, me deparei com esta situação, mas já convertida superei através da fé e levei meu esposo ao pé da cruz. Ficou livre do adultério, bebida, cigarro, jogo, recebeu uma grande cura dos pulmões, tornou-se membro da igreja. Na época sua conversão foi um grande testemunho para a igreja, família, amigos e vizinhos. Após alguns anos recebeu uma chamada e rejeitou, a partir deste tempo foi afastando-se gradativamente da verdade e da fé. Como diz a escritura a respeito da casa limpa, varrida, mas vazia, o seu antigo hóspede, que andou por terrenos áridos retorna para vê-la e achando-a vazia, vai, busca outros sete espíritos maus e o estado desta torna-se pior; assim foi com meu esposo.
Assim me questionava:
_Deus, passei tanta aflição, humilhação, neguei a mim mesma, engoli o meu orgulho e o amor próprio e obedeci, agora depois de tudo vou fazer o que lá atrás não fiz? Lutei pelo meu lar salvo, abençoado; era mãe de quatro lindos filhos, depois daquele processo me concedestes mais três filhos e hoje eles sofrem a violência da ira de um homem totalmente transtornado? Deus eu não compreendo.
Estas eram as minhas lutas e batalhas no meu interior, sabendo que como mãe ao aceitar aquela situação expunha meus filhos a uma vida totalmente fora dos padrões normais de uma família cristã e genuína, pois a casa era uma verdadeira arena de guerra.
Cheguei em casa naquele dia, reuni os filhos e contei-lhes o que havia acontecido e como Deus falou-me, eles baixaram a cabeça, respiraram fundo e não me disseram mais nada, pois também são servos de Deus e entenderam mesmo sem compreender o porque, que Deus havia falado.
Aceitar a vontade de Deus sem questionar é difícil, mas ao submeter-se a vontade divina, assume-se uma posição até mais confortável, é mais fácil dizer – Olha tudo isto me sucedeu, mas eu te obedeci e agora o que vai acontecer? Porque oh Deus, ficas em silêncio e me deixas sofrer esta espera angustiante? Em calando a dor não passa, falando não resolve como agir? Que atitude tomar?
A melhor é obedecer, mas o peso da cruz parece que se transformou em várias toneladas e o mais interessante é que os amigos sumiram, e os inimigos parecem amigos o que está acontecendo?
Passaram-se vários meses, eu já mergulhada na aflição sem saber como resolver tamanho absurdo, me vi agora diante de uma nova situação grave, suspeitei estar sendo traída novamente, então exclamei: _A Deus não mereço, e tem mais eu não vou suportar, sei que me tens orientado a não pedir o divórcio, mas agora é o momento final, tudo mudou e eu não tenho mais fibra e nem idade para passar por tudo novamente.
Setembro 2006, próximo de casa em uma pequena igreja, em uma sala alugada, estavam as senhoras do grupo de oração, em reuniões de ações de graça, com estudo da palavra de Deus, compareci no último dia. Finalizando a reunião a palestrante passou a orar intercedendo pelos presentes e Deus, através de seu vaso pelos dons do Espírito Santo chamou-me para que tomasse uma posição e tomando-me pelas mãos disse-me que grande era a obra e que Deus iria derrubar o gigante e eu sendo guerreira iria enfrentar a situação. GIGANTE, PENSEI, MEU ESPOSO.
Passaram-se alguns dias, mês de outubro, conversei com meu marido e disse-lhe você está traindo-me, ele me respondeu com veemência dizendo não ser verdade, que eu estava enganada, disse-lhe então: _Eu não aceito uma nova traição, se não me amas mais por favor, viva tua vida e deixe-me seguir meu caminho, de paz para mim e para nossos filhos, pois o que fazes em casa é um verdadeiro terrorismo e não é justo. Ele prometeu melhorar até mesmo se comprometeu a iniciar em casa alguns momentos de oração, mas não cumpriu.
O SONHO
Na primeira quinzena de outubro tive um sonho.
Estava dentro de casa e chegaram duas amigas de oração e entraram, neste momento uma criança me chamou para pedir algo, não sei se era tempero ou chá, mas eram folhas verdes que eu lhe dava. Quando estava com a criança no centro do meu jardim, tinha os ramos verdes em minhas mãos, vi uma nuvem negra passar sobre a minha casa em direção ao norte. Preocupei-me com a criança e perguntei assim em meu intimo; Meu Deus o que é isto? Será um enxame de abelhas?
Na mesma hora tive o entendimento que era uma nuvem de demônios.
Eu vi que a nuvem se foi e um ser gigante, vestido todo de preto, com chapéu de abas também preto na cabeça, deixou aquela nuvem e sentou-se em cima das árvores do meu jardim e fixou o seu olhar sobre mim sem mover-se para outra direção.
Ao me deparar com aquela situação, alojei-me sob uma garagem que tinha apenas a cobertura, pois pensei não posso ir para casa, ele poderá me atingir ou a criança que está comigo, e ali me deixei ficar, os meus estavam dentro de casa, eu continuei no mesmo local em constante oração silenciosa. Finalmente fui saindo devagar da garagem e com muita oração caminhava em direção a casa, cuidando dos movimentos do gigante e pude ver que ele não mexia um músculo sequer, somente os seus olhos seguiam-me, tinha como alvo de seu olhar, minha pessoa e os meus movimentos. De repente, vi uma das minhas filhas abraçar a outra irmã e voaram as duas juntas passando bem próximas onde estava aquela personagem, mas ele nem olhava para elas continuava a me olhar, elas voaram nas alturas da rede de energia elétrica e subiam, foram e eu as acompanhei com o meu olhar e as orações, em silêncio. Nisto eu vi pessoas na rua nos observando e abraçada com os meus filhos adolescentes comecei a chorar, acordei.
Orei, consagrei, jejuei.
No dia 22 de outubro estive palestrando em uma igreja, ao terminar, uma senhora daquela igreja, foi chamada para ministrar um louvor, ao assumir o púlpito se dirigiu a minha pessoa dizendo-me assim; quando falavas a mensagem, Deus me disse que grande é a tua luta, mas maior é a tua vitória só mais um pouquinho. Oito meses haviam se passado quando Deus havia me dito que só mais um pouquinho e eu esperei, agora novamente, mais um pouquinho, outra anciã me abraçou e disse-me só mais um poucochinho e repetiu só mais um poucochinho.
Voltei para casa feliz, e crendo que a vitória estava na porta e eu já podia cantar.