O primeiro trabalho foi uma conquista muito grande, mas em virtude de suas múltiplas dificuldades, tomou a decisão de pedir demissão. A experiência foi de grande valia, pois ele percebeu suas possibilidades e foi elogiado pelo contratante.
Além do processo vivido com a Leucemia e todo o seu tratamento, meu filho tem um diagnóstico de deficiência visual, é monocular, como também, Transtorno do Processamento Auditivo /central (TPAC), com encaminhamento para geneticista buscando algumas respostas.
O TPAC foi diagnosticado somente aos 22anos, todos os profissionais da saúde que lidavam com ele, o diagnosticavam com TDAH.
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade existe, mas em consequência do TPAC. Meu filho sofreu durante 22 anos por não ter um diagnóstico correto.
Foi falar depois dos dois anos e mesmo assim muito pouco e era fragmentada sua fala. Frases somente após os cinco anos. Na escola foi uma crueldade, as dificuldades imensuráveis.
Em um exame recente foi observado espaços pequenos, manchas brancas em seu cérebro, conclusão: A radioterapia matou células cerebrais.
Todo o período após a leucemia, tornou-se um turbilhão, um caos, em que vivemos um dia por vez.
Após os constantes episódios de bullyng, ficou a sequela da depressão.
Hoje ele tem muitas dificuldades para relacionar-se, todo o processo vivido alterou sua visão e leitura de mundo. O aprendizado ficou comprometido. As constantes crises de alergia, também prejudicam sua qualidade de vida. A suspeita de Autismo não confirmada; sua imunidade, apresenta variações constantes, enfim para ele não é fácil a caminhada.
Até aqui sempre estivemos presentes, e quando eu não estiver mais aqui? Confio que Deus cuidará, mas preciso que ele tenha autonomia e possa ter seu sustento.
Segundo alguns profissionais, ele está aos 24 anos passando pela face da adolescência, que lhe foi roubada no tempo, em função das enfermidades.
O vejo aprendendo, é diferente seu aprendizado, antes não parava para ouvir ou ler uma matéria de jornal, não lhe interessava, agora percebo que procura entender, ouvir, busca algumas informações e me repassa via Watssap. Procura entender também, sobre os seus diagnósticos, atitude que antes não manifestava.
Está fazendo acompanhamento com nutricionista, seu peso chegou a quase 110 k, saiu dos 100, e continua cuidando. Agora estamos lutando com pedra na vesícula, inchaço no pâncreas, inflamação no fígado, alterações no colesterol e tigliceridios, essas últimas já em controle,
Precisamos retornar ao seu oncologista, será a última consulta, dependendo dos exames apresentados,pois já completaram 10 anos sem medicação, sendo apenas monitorado. Após o término do tratamento da leucemia não houve reincidência, será esta, a consulta que lhe permitirá receber o atestado de alta (cura), do período de acompanhamento médico. Como aconteceu no quinto ano, ele posterga este momento. A ansiedade e o medo do resultado lhe fazem sofrer.
Meu filho pega o violão e louva ou começa a tocar a bateria e adora. Os momentos de adoração, voltados para Deus, lhe dão forças para prosseguir. Sim precisamos.
“Só você conhece a sua própria amargura e você também não pode repartir a sua alegria com os estranhos”. Provérbios 14.10.