19/11/08
Em menos de duas semanas ouvi três colocações que fizeram-me refletir. A primeira proferida pela esposa do empresário que, crendo na recuperação de meu esposo, lentamente lhe dá oportunidade para retornar ao trabalho.
Ela afirma ao meu marido: A Eliza contenta-se com pouco, não é verdade?
A segunda fala, foi um familiar, quando lhe digo que Deus curou o meu filho. É o dia do meu aniversário e ele como todos os anos, vem visitar-me, mas este ano, ele está diferente, pergunta-me: Porque Deus não cura teu marido?
A terceira foi proferida pelo responsável pela minha congregação, ao referir-se a minha pessoa, diz conhecer-me a 29 anos e eu não mudei, sou a mesma pessoa.
Em 1º lugar eu não me contento, com pouco, apenas não corro ou perco o pouco para ganhar muito e lucrar pouco, pois eu regozijo-me com a vontade de Deus e considero ser algo muito grande, apenas poucos conseguirem vê-la ou aceita-la.
Referindo a 2º afirmação, meu esposo está curado de muitas sequelas do TCEG, que lhe ocorreu. É um verdadeiro milagre ele estar vivo, andando com todos os seus movimentos e reflexos perfeitos. Seu cérebro está readaptando-se, a uma nova situação, e a cada dia acontece novo milagre.
E por último, em terceiro, não sou a mesma, pois na época tinha 22 anos, hoje 51, a diferença é grande, a bagagem quilométrica e não fiquei parada no tempo. Poderia ser um elogio, no quesito fidelidade a Deus, conduta ilibada, contudo talvez motivado por esta afirmação meses depois tratou a mim e a minha família com crueldade.
Sempre haverá novas perguntas e novas respostas. Sempre alguém te elogiará ou irá censurar. Sempre seremos criticados, observados e acima de tudo, vigiados. Como posso conviver com tudo isto? Esta pergunta todos nós fazemos, em algum momento da vida. A resposta é: VIDA.
Agora tenho meu lindo filho aprendendo a tocar violão, a noite passada ele vibrou, chamando-me e chegando a sala onde encontrava-me, com o violão em uma das mãos e um livro de músicas cifradas em outra dizendo-me: Consegui tocar o hino 15 da HC, eu o ajudei, entoando a música, e procuramos outros hinos que ele já conhecia as cifras, cantamos e ele tocou, foi muito bom. Naquele momento, ele parou para receber o pai que, pilotando a sua moto, a mesma que ele capotou à 2 anos atrás, chegava de mais uma de das suas viagens, retornava de São Paulo, após passar aproximadamente 19 horas, em um pequeno trecho, devido a catástrofe das fortes chuvas, ficou no congestionamento, causado pelas quedas de barreiras e pôde interagir com os passageiros, sem maiores estres. Chegou em casa com um sorriso nos lábios.
A vida continua, meus mortos e feridos estão vivos. Eu estou viva e devo aproveitar as oportunidades que Deus me dá, pois Ele é o responsável pelo dom da vida. Agradeço a Deus todos os dias, sejam eles de sol ou chuva, ventos ou bonança, em todos há o poder Divino atuando, em nenhum momento devo assustar-me, pensando que as forças contrárias irão prevalecer, sei que Deus está no controle, posso confiar.
Mesmo que em algumas ocasiões, a criança interior chore, e sinta medo, ela olha para o grande Pai e Criador dos céus e da terra, e sabe que, mesmo sendo tão pequena, na vastidão do universo, um nada para o seu poder, mesmo assim, Deus cuida de mim e ouve-me, responde-me e acima de tudo, ama-me. Deus como foi bom conhecer-te. O modo como mostraste-me o Teu amor e a Tua verdade. Quão inefável é sentir o Teu carinho e saber que estou cercada pelos Seus cuidados. Não quero sair dessa sombra amada, Sl 91:1, em nenhum momento quero ficar longe de seu contacto; que me faz sentir os teus braços maravilhosos a envolver-me, em meio a uma tempestade, e poder ouvir a Tua voz dizendo-me: Não temas Estou aqui. Esta voz não precisa ser audível. Porque ela está dentro do meu ser, entranhada e viva.