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Rosas em pencas

Oitavo – A igualdade é linda mas não é real

A cada processo fica o gosto do saber, em alguns casos ele é amargo, mas conseguir com muita dificuldade tirar sabor doce ou pelo menos agradável, sempre é algo positivo, o difícil é degustar, apurar assimilar ou perceber e passar para o centro das informações.

Eu sou um mapa de mim mesma, sou única, outra não há, e não haverá igual, não tenho clones. Todos somos indivíduos autênticos, com todas as características próprias, sem cópias. O meu mapa é diferente do próximo, o meu código é completamente insuflado com emoções, humores, situações, conhecimentos, etc., que o outro não tem, pois quando eu olho o mar de sobre uma pedra a sua cor mudará quando do alto de uma montanha diferente será, à beira da praia quão diferente será a visão, mas muito diferente será ainda, quando eu estiver nadando ou submersa, mas o mar é o mesmo. A maneira de vê-lo, encara-lo, estar nele é que muda, assim é a vida. Eu posso contar minha história, minhas experiências, mas o amigo, companheiro, leitor, ouvinte, inimigo, ausente, omisso, antipático, simpático, desesperado, egoísta, sobrecarregado, pacífico, etc., cada um a receberá de uma forma totalmente diferente, pois nas lentes pelas quais elas passarão, muitas informações serão subtraídas, acrescentadas, rejeitadas, ignoradas, menosprezadas, incompreendidas ou ridicularizadas, pois o seu código é diferente, assim somos nós.

IGUAIS MAS DIFERENTES, ÚNICOS, MAS EM UNIDADE, PEQUENOS, MAS FORTES, OUVINTES, MAS OMISSOS, SIMPÁTICOS, MAS NÃO SIMPATIZANTES.

NOVAMENTE PERGUNTO: HAVERÁ UM FIM PARA TUDO ISTO?

Sim, tão somente devo abrir meu coração e deixar fluir que a igualdade é linda, mas não é real.

Os pássaros são distintos, os mamíferos também. A vaca malhada é diferente da de uma cor, principalmente para o predador. O forte é diferente do fraco. O alto diferente do baixo. O inteligente diferente do baixo intelecto. Tirar proveito ou saber lidar com as situações, é o que fará a diferença. Jamais eu serei tratada como a esposa de um presidente, como uma grande educadora, como uma recordista, da mesma forma que a interna da unidade de saúde mental.

Não serei abordada da maneira que a mendiga, ou a usuária de drogas o é, nem tampouco serei recebida com a cortesia com que a senhora bem vestida e tão conhecida freguesa chega com frequência à boutique ou a atenção com que o meu médico do SUS me atenderá, jamais será a mesma que ele mesmo dispensará a sua cliente, na nova clínica que ele está inaugurando.

Como quem tem esperança no ser humano posso dizer que talvez haja exceções, e já vi algumas, mas são poucos.

Sem dizer das “assistentes sociais” que acham que direitos e caridade são a mesma coisa, nos confundindo com miseráveis indesejáveis em alguns casos. São esses supostos miseráveis que lhes pagam o ordenado e bancam os seus jantares regados a vinho. Como é difícil omitir-se e não exigir os seus direitos, como também é difícil exigi-los daqueles que por omissão e egoísmo te roubam momentos preciosos, direitos legítimos, sem nenhum motivo a não ser a incompetência.

DESABAFO OU CONFORTO?

É muito sutil eu escrever pensando em como agradar ou como passar uma realidade distinta da verdade ou omitir as tristezas, somente colocar as grandes proezas. E fácil selecionar, o difícil e acreditar que, tudo passou e agora eu ou você somos super heróis, com todas as crises resolvidas e com uma vida plena e equilibrada, isto e irreal, nem com o mais Santo que viveu na terra Jesus, assim sucedeu.

Podemos observar crise no útero, na infância, na adolescência, no ministério, entre os amigos, com os inimigos, com Deus, questionamentos, com a família, com as autoridades, lutas com ele mesmo, luta travada quanto ao obedecer no Getsâmani. Luta, decepção, dor, abandono no momento de maior ansiedade, Ele exclama: ”Eloi,Eloi, lama sabactani”

FINALMENTE TRIUNFOU!

Após ressurreto, ao apresentar-se, enfrentou dúvidas e questionamentos. Eram 400 que presenciaram sua ascensão, mas somente 120 estavam no cenáculo, esperando a promessa. Entre esses levanta Pedro, até então medroso, covarde, impetuoso, impulsivo, levado aos extremos, mas útil a Deus.

Somos em parte como Pedro, outras vezes João ou Paulo, mas não posso deixar de ser eu mesma. Tendo a palavra de Deus como regra, os exemplos como experiência, procurando identificar-me ou trazendo força e encontrando referências para o meu cotidiano, na vida de Sara, Maria, Raquel ou Débora.

Sara obediente e também mandona, Maria submissa, mas pronta a enfrentar uma sociedade severa e os seus padrões, para servir a Deus. Raquel sofredora, mas amiga. Débora corajosa, não se intimidando em meio a uma sociedade, com uma cultura patriarcal, ela como matriarca assume o seu papel, não ofertado pelas autoridades de sua época, mas outorgado por Deus e assimilado por seus companheiros. Quando Deus dá, não adianta lutar contra ou questionar. Ele escolhe o simples para confundir o sábio, o fraco para destruir o forte.

Viver cada dia é difícil, mas é assim que podemos continuar, para alguns é fácil fazer planos, projetos, pois suas vidas já equilibradas financeiramente e tendo várias áreas definidas, podem desfrutar dos prazeres terrenos com abastança, regalando-se com o que de melhor há, na sua maioria, deixam cair algumas migalhas de suas mesas, como o rico, e o pobre Lázaro se farta das tais.

Quando eu penso e tenho conhecimento que sou roubada todos os dias, me dá uma dor muito grande, quando vejo como sou defraudada de meus direitos, meus filhos sendo humilhados, vituperados pela funcionária do posto de saúde, que na minha frente, sem a menor reserva trata pelo telefone com a “amiga”, o parente, ou “relacionados”, sobre a facilidade da sua consulta com o especialista e assinala no livro a tal consulta imediata. Eu por outro lado, estou com um pedido nas mãos de três anos atrás esperando o tratamento e me vejo lesada, tenho que baixar minha cabeça e dizer: Obrigado.

ISTO É JUSTO!

Eu já vivi e vivo esta realidade.

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